quinta-feira, 20 de junho de 2013

GRUPO: Guilherme, Matheus, Ragner, Samara, Thalles

Guilherme Ferreira

MONUMENTO A TIRADENTES


Localização: Praça Tiradentes, centro.


Quando se chega à Praça Tiradentes, o olhar do visitante é atraído por um imponente monumento a Joaquim José da Silva Xavier, onde foi exposta sua cabeça em 1792 no centro da praça e que hoje é um marco na paisagem ouropretana.
Com a Proclamação da República, o primeiro congresso mineiro deliberou erguer um monumento em homenagem a Tiradentes, na Praça da Independência, em substituição à Coluna Saldanha Marinho. Em 21 de abril de 1892, foi lançada a pedra fundamental do monumento; eram as comemorações do primeiro centenário da execução de Joaquim José.
Dois anos após, em 1984 era solenemente inaugurado pelo Dr. Affonso Augusto Moreira Penna, Presidente do Estado de Minas Gerais. A partir de então, a praça passou a se chamar Tiradentes. Com uma altura total de 19 metros, o monumento foi feito em granito extraído do Morro da Viúva, no Rio de Janeiro e executado pelo escultor Virgílio Cestari (encarregado do monumento) tem características de art. déco. A Estátua do Tiradentes tem 2,85 metros, foi fundida na Itália e as vinte e quatro peças decorativas foram executas em Buenos Aires.
A base do monumento dificulta a visão da estatua que sustenta, é preciso inclinar a cabeça muito para cima, a proporção e a forma do pedestal retiram um pouco da atenção que deveria ser priorizada para estátua, como os degraus funcionam como bancos, passou a ser do monumento que se contempla a praça em volta em vez do contrário.


Ragner Tompson

ENTORNO PRAÇA TIRADENTES


Localização dos principais monumentos.

O entorno da Praça Tiradentes em Ouro Preto desenvolveu-se como núcleo principal da cidade. Nela encontra-se sobrados residências, o museu da inconfidência (antiga casa de câmara e cadeia), o museu de mineralogia (antiga casa do governador da capitania do Rio de Janeiro), o restaurante universitário (antigo fórum), a Casa da Baronesa e o antigo Hotel Pilão. Além dessas edificações, outras existentes na região compõem o entorno da praça do século XVIII. Somando os estilos de monumentos, arquitetura e demais elementos paisagísticos, a Praça Tiradentes assume o caráter eclético, tendo um conjunto de obras que datam desde o século XVIII ao século XX. O conjunto reúne características, coloniais, barroca, rococó, neoclássicas, assim como detalhes e elementos em ferro fundido pertencente ao artdéco. O conjunto arquitetônico que circunda a praça começou a se formar por volta do ano de 1750 onde começou a funcionar o palácio dos governadores. Até hoje seu entorno encontra-se preservado e é considerado bem patrimonial da união e mundial.    
As técnicas empregadas em sua composição tem forte presença da pedra sabão com entalhes artesanais, abundantes na ornamentação, pavimentação de vias e calçadas. As edificações conservam o sistema de pau-a-pique, revestidas com detalhes em cantaria e pinturas a base de cal. A presença do ferro nas sacadas e vidros nas janelas são características ecléticas típicas da chegada da família real portuguesa no Brasil. Os prédios mais robustos e imponentes se destacam por conter grande parte estrutural em pedra típicas da região.
Atualmente a Praça Tiradentes funciona como ponto de comercio, turismo, lazer e algumas residências. É importante compreender toda a praça e seu entorno como elemento patrimonial histórico, sendo fortemente característico do urbanismo proposto durante os postulados barrocos, atendendo por vias largas que desafogam o transito coroada por um grande monumento ao centro.
Conclui-se que a Praça Tiradentes é um conjunto de obras de diferentes estilos de época e tipos estruturais. O tombamento da praça e entorno protege e conserva a história de um período urbanístico, esse só faz sentido ser preservado quando na integra, uma vez que apenas um elemento não é capaz de expressar sua função original.




Thalles Barcelos

MUSEU DA INCONFIDÊNCIA 



Museu da Inconfidência (Casa da Câmara e cadeia)

O Museu da Inconfidência Foi construído em 1785 para servir de Casa da câmera e cadeia, e foi projetado pelo José Fernandes Pinto Alpoim, contratado pelo Governador Luiz da Cunha Meneses. Nessa época as riquezas de Minas Gerais estavam se esgotando e o governador sofria críticas em relação aos seus desmandos. O projeto original era adequado para esse tipo de edificação.
Ao construir a obra, o governador fez uso de escravos, sentenciados e reuniu artistas, carpinteiros e pedreiros. O museu possui valiosas coleções de objetos e manuscritos interligados à inconfidência. Existem obras referentes a Aleijadinho Xavier de Brito, Mestre Ataíde além de mobiliários e vários objetos dos séculos XVIII e XIX.  A construção foi bancada por fundos arrecadados em uma loteria pública e ao ser finalizada, começou a ser usada como cadeia em 1790, logo depois de uma de suas maiores paralisações já ocorridas, como a Inconfidência Mineira.
A Casa da Câmara e Cadeia é um dos mais importantes exemplos de arquitetura do barroco tardio no Brasil, possuindo traços do neoclassicismo, ao adotar o frontão e as colunatas na fachada. Apresenta simetria em sua fachada e dois pisos, contendo elementos destacados em cantaria. A entrada principal possui duas portas situadas em um pórtico com colunas jônicas que se estendes até o andar superior. Ela é acessada por uma escadaria ornamentada com uma fonte de pedra lavrada. As janelas são todas similares entre se, adotando como material das molduras, a pedra e como arremate, o aço.  A obra possui estátuas decorativas em suas extremidades, localizadas na balaustrada acima do conjunto arquitetônico.
A idéia de fazer um museu surgiu com Getúlio Vargas, em 1936, que planejava resgatar os despojos dos heróis da Inconfidência Mineira e acabou gerando um movimento maior que visava à recuperação da memória do período colonial brasileiro e seus monumentos. Sendo assim, A Casa da Câmara passou por uma reforma que incluiu acréscimo e recuperação do aspecto original do edifício já bastante desfigurado.
A queda de Getulio Vargas transformou o panorama político nacional e graças a sua associação com o antigo regime o museu entrou em um processo de decadência. Essa situação só mudou com a chegada de Delso Renault, enviado pelo IPHAN, fez a restauração do prédio. Hoje o museu voltou a se destacar tanto nacionalmente quanto internacionalmente, possuindo até mais quatro prédios como anexos e seus equipamentos museográficos foram modernizados.        


Matheus Sabino

HOTEL PILÃO


Localização:
 O edifício denominado de Centro Cultural e Turístico está localizado em um dos pontos mais estratégicos do Centro Histórico de ouro Preto/MG, na Praça Tiradentes com a Rua Claudio Manoel.


Localização do Centro Cultural e Turístico de Ouro Preto/MG, Antigo Hotel Pilão na malha urbana.
O entorno:

Sua implantação permite que se tenha um bom ângulo visual do edifício, afinal, há proporção suficiente entre a largura da Praça e a altura dos edifícios adjacentes, e em torno do edifício, não há predomínio de construções verticais. 



Historia do casarão:

As primeiras informações de ocupação do lote onde hoje se encontra o prédio datam do inicio do século XIX. No local havia três casas que pertenciam à mineradora Ana de Menezes, depois herdada por seu neto Padre Joaquim Viegas de Menezes. Estudos indicam que também em 1868 existiam duas casas ao invés de três, já em 1894 uma única edificação.
Em 14 de abril de 2003, um incêndio destrói o casarão, o incêndio ameaçou edificações históricas vizinhas ao hotel como o prédio da Câmara de Ouro Preto e a Casa da Baronesa, para apagar o fogo foram necessários batalhões de bombeiros de cidades vizinhas. 







Com o incêndio, ressurgiu amostras como colunas de tijolos e vigas de ferro e fundações de alvenaria de pedra do séc. XVIII e XIX. Os casarios antigos servirão como base para a construção do casarão do Antigo Hotel Pilão.
Nos últimos anos, o hotel teria funcionado no andar superior do casarão, já nos inferiores funcionavam comércios: uma loja de moveis, uma loja de artesanato, uma loja de pedras preciosas e joias e um café- internet. Pouco tempo antes do incêndio o casarão foi vendido a um empresário do setor hoteleiro não estabelecido em Ouro Preto.

Em 2005, o prédio é comprado pela FIEMG (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais), ele foi reconstruído e tem como novo uso o Centro Cultural e Turístico do Sistema FIEMG e tem sua inauguração em abril de 2006.

 O Projeto:

O Prédio teve sua reconstrução feita através de estudo e parâmetros que respeitam todas as dimensões e formas das fachadas, portas, janelas e telhados procurando respeitar a memoria do elemento arquitetônico. O edifício original construído no século XVIII, em estilo colonial, teve sua fachada tombada pelo IPHAN. Devido a esse fato, as fachadas do novo edifício não poderiam ser diferentes das antigas.


Fachada após a reconstrução.


“A restauração deve visar o restabelecimento da unidade potencial da obra de arte, desde que seja possível, sem cometer um falso artístico ou um falso histórico e sem cancelar nenhum traço da obra de arte no tempo” Cesare Brandi.


A reconstrução do Hotel Pilão entra exatamente nesse contexto.


Samara Marques

ILUMINAÇÃO DA PRAÇA DE OURO PRETO

 Em 1965 iniciou –se o projeto de construção da RDS (reforma da rede subterrânea)  em Ouro Preto , fizeram varias pesquisas aprofundadas ,revendo gravuras da cidade na antiguidade como que eles faziam, pois o patrimônio da cidade tinha que continuar sendo preservado, como é ate hoje em dias atuais. Entao depois de muitas  pesquisas  foi desenvolvido uma luminária em forma de lampiao , com características estéticas alusiva ao ambiente, e bem parecidas com as que eram usadas na época de colonização.


Tecnicas construtivas

Iluminaçao antigamente em Ouro Preto

 Nos primeiros projetos todas as instalaçoes foram feitas com postes de aço escalonado em 3 niveis, o critério de instalações basica previa o engastamento em terrenos firmes como calçadas, assim como em terrenos ‘’fracos’’ como as praças. Em 1971, após 4 anos de pesadas baixas nos lampiões , foi desenvolvidos instalações em paredes das casas  ao redor da praça Tiradentes, Depois de varias tentativas para continuar mantendo em preservação o patrimônio historico foi realizado uma nova proposta para a iluminação ao redor da praça, assim  foi desenvolvida  um suporte para parede  com uma Voluta Colonial, mas  devido alguns problemas  ocasionados,a estrutura não era funcional, ai foi mudada a estrutura para Volutas Retas que são usadas em dias atuais em Ouro Preto.

Volutas Coloniais, e ao lado a  Voluta Reta usada em dias atuais

Sistema construtivo dos postes de aço,  primeiros projetos

 As lâmpadas usadas nas Volutas Retas, são a vapor metalico, assim atendendo totalmente a vontade da população ,e as nescessidades arquitetônicas da cidade.  Desde 1967 que são realizados  projetos de iluminação decorativa dos principais marcos e edificações da cidade, como o museu da Inconfidencia, e são usadas em dias atuais. 


Museu da Inconfidência


 Museu da Inconfidencia sendo iluminado por iluminação decorativas 

Volutas Retas  com lâmpadas a vapor

  Já se tem  pesquisas para novos projetos de iluminação  em Ouro Preto , teste estão sendo feitos, para a melhoria na cidade sem que prejudiquem o patrimônio histórico da cidade .


 


quarta-feira, 19 de junho de 2013

Ouro Preto, Igrejas

Bárbara Fidelis, Mariane Lopes, Mariene Rocha, Natália Santos



Matriz Nossa Senhora da Conceição


 A Matriz de Nossa Srª da Conceição localizada na Freguesia de Antônio Dias foi instituída em 1705. Propriedade da Arquidiocese de Mariana foi tombada em 08/IX/1939. (Processo nº 75-T, Inscrição nº 247, Livro Belas-Artes, fls. 43.)

  Do  templo primitivo nada restou, porque, a partir de  1727, houve nova edificação com o notável Mestre de obras reais Manuel Francisco Lisboa, pai de Aleijadinho (atuação 1724 +1767). Contudo, houve reaproveitamento da talha dos altares da nave, em estilo joanino, conjunto este sensivelmente anterior a 1730.

Arquitetura: As obras de construção da matriz se estenderam de 1727 até meados do século, apresentando dois sólidos retângulos, planta típica da primeira metade do setecentos, envolvendo nártex, nave, capela-mor, corredores laterais, sacristia e consistório.

Fachadas: A principal foi fruto de intervenção a partir de 1854, que lhe conferiu feição robusta e linear, além de ornamentação bastante estilizada no frontão. Os vãos são os mesmos da arquitetura típica: sineiras e  seteiras nas torres, óculo centralizado e janelas para iluminar o coro.

Talha e  Ornamentação: Embora o traçado arquitetônico seja extremamente retilíneo, os dois altares do arco-cruzeiro estão situados nos chanfros,  bem como o trabalho de carpintaria formando as arcadas e colunas que sustentam o coro. Com isso, a ornamentação da nave sugere ondulações nas extremidades.  Os oito altares laterais são da mesma época,  contém retábulos estilo D. João V, feitos certamente entre 1725 e 1735. Apresentam talha exuberante, profusamente dourada. O de Nossa Srª da Boa Morte e Assunção é mais recente, com coluna estriada no terço e algumas adaptações que permitiram a inserção de interessante nicho no lugar reservado ao sacrário,  que comporta a Virgem jacente em roca, bem como  relevo representando  assistentes que a ajudaram a bem morrer, portando caldeira com hissope e livro de Salmos.

Capela-mor:  Há uma diferença entre a confecção da talha da capela-mor em relação a dos altares laterais, de pelo menos  30 anos. Foi executada entre 1756/68. Entre 1770 e 1772, sob convocação do Conde de Valadares, teve que ser pintada e policromada através do esforço conjunto das irmandades dessa matriz que finalizaram as obras, às custas da suspensão dos gastos com  festividades. É flagrante a influência do Rococó no conjunto da talha da capela-mor, através da assimetria dos elementos decorativos, presença da rocalha, predomínio da decoração fitomórfica, presença discreta de figuras angélicas não obstante as colunas salomônicas, próprias do Joanino. Salienta-se ainda que a renovação das capelas-mores foi comum às igrejas paroquiais  em meados do XVIII.

Por sua vez, a pintura do barrete, representa nas extremidades os quatro evangelistas, com os seus sinais distintivos: João (a águia), Mateus (o anjo), Lucas (o touro) e Marcos (o leão). Contém também os quatro doutores da Igreja em cartelas próprias: Santo Agostinho, Santo Ambrósio, São Gregório Magno e São Jerônimo. Como decoração simbólica o cordeiro místico, os martírios da Paixão, atributos papais e os Mandamentos da Lei de Deus. É atribuída a Lourenço Petriza, datada de 1833.






Igreja do Pilar



Localização: Bairro de Ouro Preto. 
Data da construção: 1731.
Autor do projeto: Sargento-mor Engenheiro Pedro Gomes Chaves. 
Proprietário: Arquidiocese de Mariana.
Tombamento: Processo nº 75-T, Inscrição nº 246, Livro Belas-Artes, fls. 42. Data: 08.IX.1939. 
Finalidade atual: Culto religioso.
Endereço: Praça Monsenhor João Castilho Barbosa, nº 16 – Bairro Pillar – Ouro Preto – MG
Terceiro retábulo do lado direito: Altar - N. S. dos Passos

Primeiro retábulo do lado esquerdo
Autoria: Manoel de Brito (talha)
Data: 1734-1735
Material: Madeira
Tecnica: Madeira entalhada e dourada

Segundo retábulo do lado direito: Altar - Santana e a Virgem
Autoria: Manoel de Brito (talha; atribuição)
Data: 1730-1740
Material: Madeira
Tecnica: Madeira entalhada e dourada

Primeiro retábulo do lado direito: Altar - São Miguel
Autoria: Manoel de Brito (talha); João da Graça e Bento Teixeira (douramento)
Data:1 733-1734; 1741
Material: Madeira
Tecnica: Madeira entalhada e dourada

Primeiro retábulo do lado esquerdo: Altar - Santo Antônio
Autoria: João Alves da Costa (talha); João do Rego Ribeiro (remate da talha); José Martins Lisboa (douramento e encarnação)
Data: 1732-1733 (talha); 1740 (remate da talha); 1740-1741 (douramento e encarnação)
Material: Madeira
Tecnica: Madeira entalhada, dourada e encarnada

Segundo retábulo do lado esquerdo: Altar - N. S. do Rosário
Data: 1730-1740
Material: Madeira
Tecnica: Madeira entalhada e dourada

Capela Mor
Autoria: Francisco Branco de Barros Barrigua (risco da Capela Mor) Francisco Xavier de Brito (talha da Capela Mor); João de Carvalhais (douramento e pintura)
Data: 1746; 1746-1751; 1771-1776
Tecnica: Madeira talhada; douramento e pintura
Material: Madeira

Pintura do Teto da Nave
Autoria: João de Carvalhais
Data: 1768-1770
Material: Madeira
Tecnica: Pintura e Douramento

     O projeto desta igreja, considerada uma das mais requintadas do barroco, é atribuído a Pedro Gomes Chaves. A talha da capela-mor foi executada por Francisco Xavier de Brito. O acervo ainda inclui magnífica talha coberta de ouro e mais de quatrocentos anjos esculpidos. Foram empregados em sua ornamentação cerca de 400 quilos de ouro e 400 de prata. Em anexo, na sacristia, está o Museu de Arte Sacra do Pilar (ver museus). Entrada paga. Praça Monsenhor Castilho Barbosa.
Horário: de terça a domingo, das 9 às 10:45h e das 12 às 16:45h.
Descrição
O frontispício da igreja, reconstruído no século XIX é, muito provavelmente, uma reconstrução, na qual foi conservado o espírito da fábrica primitiva. É um magnífico trabalho de alvenaria de pedra e de cantaria. Na grande portada, em verga curva, a porta almofadada é certamente a original. As ombreiras e a verga são molduradas; a cimalha em cantaria é igualmente moldurada e encimada por ornato linear em estuque, terminado por uma pequena cruz. Acima desse ornato vê-se o óculo envidraçado, de contorno barroco e movimentado, que se abriga sob a cornija, cuja curva quebra a continuidade linear. Ladeando a portada, duas possantes colunas jônicas, em cantaria do Itacolomi, apóiam-se em pedestais-consolos barrigudos, também de cantaria; o destaque das colunas motiva o deslocamento do entablamento. Desenvolvendo-se o plano da fachada, pode-se notar o chanfrado, no qual se contém as duas janelas tradicionais ao nível do coro, com balcões de ferro. A seguir, simetricamente, a fachada volta ao plano, paralelo ao avanço da portada e parte central do frontão. Mais duas janelas idênticas às primeiras citadas, dois cunhais com capitéis toscanos, entablamento e torres, de plano quadrado, cantos chanfrados pelas pilastras, entablamento e cúpula bulbosa, de alvenaria, cuja rotundidade é acusada por ornatos de massa, em voluta; as cúpulas são encimadas por fortes coruchéus. O conjunto de cantaria, de tom dourado, faz contraste com as superfícies caiadas: esplendor da pedra e o ascetismo da cal. Assim como o frade, celebrando o divino sacrifício, traz sob o esplendor da casula bordada a ouro, e da estola recamada de pedrarias o burel e o cilício da penitência, assim no barroco repontam, sob o esplendor das matérias, aqui e ali uma pouca de cal e de pedra, como a lembrar o Vanitas Vanitatum. Sempre presente ao espírito do tempo. Aberta a grande e pesada porta, penetremos na igreja. Com efeito, o interior é, no todo, discrepante do exterior. O barroco é rico nesses extraordinários caprichos. Toma-nos de surpresa, transporta-nos do severo ao lírico, do recolhimento ao delírio da paixão. Essas liberdades são o fruto dessa Kunstwille, essa "vontade de arte", que legitima todos os arroubos da imaginação. O homem quer fazer da Casa de Deus tudo aquilo que não ousa na sua própria morada. Ele a deseja grande, rica, deslumbrante, simbólica do Poder Divino. É o culto de Nossa Senhora, Maria, rainha dos Anjos, Mãe de Deus, Estrela da Manhã, Torre de Marfim, e tantos e tantos atributos poéticos e fervorosos d'Aquele que é a Intercessora, sempre trazendo a Misericórdia à mão de Deus, que distribui a Justiça. Compreendidas assim, nossas belas igrejas barrocas de Minas aparecem consagradas em todo seu esplendor, pela miséria e a esperança, próprias da condição humana. Melhor, então, do que descrever as minúcias do interior da igreja do Pilar, será transcrever um período do que sobre ele escreveu Lourival Gomes Batista. Desde o tapa-vento, o visitante é engolfado numa onda de ouro. A nave, escura e ampla, é toda ornada pelos seis fartos altares laterais e cercada de camarins em toda a volta. A capela-mor, ainda mais sóbria, é inteiramente dominada pelo altar do trono. Essas peças, talhadas no mais sincero barroco que se poderia esperar do lado de cá do oceano, não desprezaram as regras da boa escola de que nasceram e, se há, de toda evidência, maior desperdício de pormenores ornamentais, com largo predomínio de adornos florais denticulados que se dobram em torções freqüentes, os elementos componentes, sejam humanos ou vegetais ou arquitetônicos, ainda não se contaminaram de todo, em sua morfologia intrínseca, do ritmo do barroco nativo. Corpo e rosto de anjos são calmos e bem formados, as colunas salomônicas mostram-se ágeis e isentas daquelas adiposas roscas que noutras igrejas se vêem: tudo, enfim, parece mais regrado quando encarado em pormenor, destacado do conjunto. Não obstante, a igreja, no todo, parece mais afrontosamente rica, mais exuberante em sua vaidade, mais impositiva em sua autoridade arrogante. O milagre está no pigmento. Porque no Pilar tudo, mesmo aquilo que o óleo coloriu mais tarde, é coberto de ouro. Por fim, a Paróquia do Pilar reuniu peças de arte religiosa num pequeno museu. Vale conhecer as alfaias, prataria, objetos do culto, peças de grande qualidade.













Fontes:
http://www.ouropretovirtual.com/igrejas-e-capelas/matriz-nossa-senhora-do-pilar
http://www.ouropretoparoquiadopilar.com.br/

Igreja Nossa Senhora das Merces e Perdões
Localização: Rua das Mercês, no bairro de Antônio Dias.
Data da construção: Século XVIII.
Proprietário: Arquidiocese de Mariana, administrada pela Irmandade de Nossa Senhora das Mercês e Perdões. 
Tombamento: Processo nº 75-T, Inscrição nº 242, Livro Belas-Artes, fls. 42. Data: 09.IX. 1939.
Finalidade atual: Culto religioso.
A igreja é um edifício com grossas paredes de pedra, com cunhais de cantaria. E situado em bela situação, no alto de uma colina. Além dos cunhais há mais duas pilastras, dividindo a fachada em três corpos. Na parte central a portada, com cunhais, tela, acima do qual se abre o óculo quadrilobado, envidraçado. O entablamento superior, à volta da igreja é encurvado, para conter o óculo e o frontão é em curvas compostas, terminando numa base moldurada em que assenta a cruz. Os corpos laterais contêm duas pequenas frestas na parte inferior, e ao nível do coro as duas portas-janelas, com balcões e grades de ferro; são terminadas por duas pequenas cimalhas. Acima do entablamento, duas torres octogonais (com cantos chanfrados) e pequenas cúpulas de alvenaria, encimadas por coruchéus. A composição da fachada revela a influência das igrejas, construídas depois da década de 60, a feição do Carmo de Ouro Preto, entre outras. O retábulo do altar-mor é simples, com arco duplo e tarja na parte superior, com quatro colunas simples, de fuste liso, entre as quais ficam os nichos e o trono. Há tribunas com grades simples, de madeira. Os altares laterais são cobertos de dossel, com colunas torsas apoiadas em consolos. Os púlpitos são semicirculares, com dossel reto, acessíveis por escada aberta na espessura da parede. O coro tem grade de ferro, que deve ter substituído a original, de madeira. À entrada um tapa-vento envidraçado. O arco-cruzeiro é simples, encimado por uma tarja trabalhada. A igreja dispõe de boas alfaias e objetos de ouro e prata, e o patrimônio da Irmandade é constituído, também, de bens imóveis, na cidade, alguns em bom estado. O risco da Capela-mor é do mestre Aleijadinho e a igreja guarda duas pinturas de Antônio Martins da Silveira.  





Fontes: http://www.ouropretovirtual.com/igrejas-e-capelas/igreja-nossa-senhora-das-merces-e-perdoes


Igreja Nossa Senhora do Carmo

Localização: Rua Brigadeiro Musqueira - atrás do Museu da Inconfidência - Antigo Morro de Santa Quitéria.
Data da construção: entre 1766 e 1772
Autor do projeto: Manuel Francisco Lisboa, pai de Aleijadinho
Ornamentação: Manuel Francisco Lisboa, Aleijadinho, Manoel da Costa Ataíde, entre outros artistas de renome.
Proprietário: Arquidiocese de Mariana, administrada pela Venerável Ordem Terceira de Nossa Senhora do Monte do Carmo de Ouro Preto.
Tombamento: Processo n°110-T, Inscrição n°33, Livro Belas-Artes, fls.7. Data:20.1 V.1938.
Finalidade atual: Culto religioso. E antes frequentada pela aristocracia de Vila Rica.

“Uma das mais belas, mais harmoniosas e mais requintadas igrejas, não apenas de Minas, mas de todo o Brasil e um marco do rococó mineiro.”



CARACTERÍSTICAS ARQUITETÔNICAS:
 A primeira etapa da obra foi a capela-mor, mantendo parte da velha capelinha de Santa Quitéria que, em 1771, já estaria demolida.
 Fachada - ondulada e possui uma cornija de forma semi-circular, que engloba um lóbulo trilobado. Reformulada cerca de 1770 por uma equipe da qual fez parte Francisco de Lima Cerqueira e o Aleijadinho.
 Torres - recuadas em relação à fachada, tem forma semi-circular.
 A decoração deste templo mostra toda a elegância do período barroco-rococó da arte colonial mineira. Suas obras foram arrematadas por José Pereira dos Santos e Manuel Francisco Lisboa.
 As colunas com capitéis toscanos têm fustes gordos, em forma de balaústres.
 Sinos - Cobertos com relevos de inscrições laterais, fundidos e refundidos várias vezes, há atualmente quatro, todos com nome especial: o grande sino da torre do lado esquerdo é chamado o "Elias" de 1781 tem 1,10m de altura; a torre do lado esquerdo tem três outros, de nomes: Jerônimo, Bárbara e Rachel, de 1802, 1840 e 1870.
 Painéis de azulejos - 10 painéis recortados de 20 azulejos na maior altura. Rodapé, de fundo marmoreado azul com ornamentação almofadada amarela e motivos concheados em manganês. Os únicos existentes em Minas Gerais, salvo uma casa de fachada azulejada, em Ouro Preto. A decoração azulejar chegavam diretamente de Portugal, prontas para a colocação.
 Encontram-se na nave os seis altares e retábulos. Nos altares estão as imagens dos oragos, e no trono do camarim a imagem do Cristo. O coroamento é feito por um curto guarda-pó entalhado. Todos os altares são em branco e ouro, primorosamente trabalhados. Estes - correspondem ao período do fim do rococó, mais despojados, mas sempre com as duas colunas de enquadramento, retas e caneladas, com enrolamento floral delicado e capitel compósito. Os seis altares:
o Clemente José de Camponês desenhou os altares do arco-cruzeiro.
o Aleijadinho responsável pelos altares de São João e Nossa Senhora da Piedade
o Justino Ferreira de Andrade concluiu os outros dois altares
 A capela-mor é precedida pelo arco-cruzeiro. Este possui uma peculiaridade, aliás encontrada em muitos outros monumentos: o friso bombeado entre a arquitrave e a cornija do entablamento, que suporta o arco e se apóia na pilastra compósita. O retábulo do altar-mor inscreve-se no semicírculo formado pela abóbada do forro. A composição do retábulo comporta as quatro colunas - com nichos intercalados - caneladas no terço superior e com estrias onduladas no inferior; trono elevado, com a imagem da Padroeira. Os painéis de azulejos, acima citados, revestem os lados da capela-mor. As paredes laterais da capela-mor têm tribunas fechadas por balaustradas torneadas.
 Na planta da igreja do Carmo, se vê a evolução da fachada bombeada, ondulada a feição de uma cômoda barroca. Aqui a parte central da fachada tem uma suave ondulação côncavo-convexa, com a convexidade no portal.
 A composição geral, que segue o partido tradicional: portada - duas janelas-óculo, vai se tornar aqui, mais rica, mais sutil e complexa.
 Acima da arquitrave, o friso é branco, o que alivia, visualmente, o peso do entablamento.
 Cornija - alta e robusta e acompanha, concentricamente, a curvatura acima do óculo.
 Frontão - de justo peso, ocultando a estrutura do telhado de duas águas.
 Internamente, a igreja surpreende logo à entrada com os dois pilares torneados de cantaria e os dois meios-pilares embutidos, que servem de apoio aos arcos do coro.
 No retábulo, acima do nível da banqueta, os sacrários são igualmente notáveis, com os medalhões ovais dos três Corações em chamas e do Cordeiro místico.
 Sacristia, dos ricos elementos de mobiliário e decoração: o belo arcaz com gavetas e credencias em jacarandá ricamente entalhado; os espelhos entalhados e dourados; o suntuoso retábulo central; o grande lavabo e as esculturas em pedra-sabão; os dois grandes bancos de jacarandá com o emblema da Ordem.
 Resta mencionar o curioso cemitério, anexo à igreja, cuja construção foi começada em 1801 e terminada em 1861, com numerosas catacumbas. É uma testemunha melancólica do passado de luxo e grandeza de uma sociedade extremamente pia, rica e devota e que assentava as bases de sua prosperidade num ouro obtido pelo trabalho escravo.



Fonte: http://www.ouropretovirtual.com/igrejas-e-capelas/igreja-nossa-senhora-do-carmo