quarta-feira, 12 de junho de 2013

Adriana, Deborah, Kyssila, Ronaldy



Igreja de Santa Efigênia. Ouro Preto.

Estilo: Barroco
Histórico
Conhecida como Igreja de Santa Efigênia, ou Igreja de Santa Efigênia dos Pretos, ou ainda de Igreja de Nossa Senhora do Rosário do Alto da Cruz, a igreja demorou 60 anos para ser construída, de 1730 a 1790 (XVIII), na época em que o Brasil ainda era colonizado pelos portugueses, somente vindo a conquistar a sua independência em 1822.  Isto se deve a que os escravos, que construíram para si o templo, somente podiam erguê-lo à noite por terem que trabalhar o dia todo.  Histórias ou a lenda conta que foi construído com o ouro extraído da Mina Encardideira do Chico Rei, escravo que foi trazido do Congo, África, e que conquistou a sua liberdade com o trabalho e comprou a mina.
Fica situada no topo de uma colina e acessível por ladeira íngreme. A sua situação é belíssima, abrange uma larga visão sobre a cidade, mas bastante afastada e na parte mais antiga do velho bairro do Padre Faria. Ao chegar ao alto da ladeira, há que subir 42 degraus de uma ampla escadaria de pedra em dois lances, fechada na base por uma grade e portão relativamente recentes.
A igreja está situada sobre uma plataforma e tem um anexo, do lado esquerdo o portão do cemitério da Irmandade, obra que deve ser um acréscimo do século XIX.

Cemitério da Irmandade

Descrição
O frontispício é dividido em três corpos, sendo que o central é avançado e enquadrado por cunhais com capitéis jônicos. Os corpos laterais das torres são prismáticos, com os cantos arredondados. O grande entablamento é curvo no corpo central, abrigando o óculo, em sua concavidade. A portada principal em verga reta, com portal moldurado encimado por um frontão triangular partido e que faz corpo com um nicho em arco redondo e terminado por duas volutas e um concheado.
Manuel Francisco Lisboa, arquiteto português, participou do projeto da igreja, que possui altar de madeira entalhada de Francisco Xavier de Brito, o mestre do Aleijadinho, Antônio Francisco Lisboa, filho do projetista.  A pintura do seu interior é de Manuel Rabelo de Souza, que apresenta um papa negro. Na fachada estão os relógios de pedra considerados os mais antigos da cidade.
Relógios de pedra, os mais antigos da  cidade de Ouro Preto

A nave é ampla, coroada por grande entablamento o qual, na parede do arco-cruzeiro, encurva-se por cima do arco. Este é moldurado, apoiado sobre pilastras com capitéis compósitos. Há quatro altares e retábulos entalhados, na nave, cujo forro de tábuas tem a forma de asa. Os altares que ladeiam o arco-cruzeiro são ricos, movimentados, de um barroco opulento, com motivos florais, concheados, duas colunas suportando o coroamento acima, ladeado por dois anjos.

O altar mor

     A igreja lá no fundo, vista do centro, Praça Tiradentes, ao cair da tarde.

Técnicas construtivas
Primeira igreja da região a tirar partido efetivo das novas possibilidades construtivas permitidas pelo uso de alvenarias de pedra e cantaria. Cujas obras foram arrematadas em 1733 pelo pedreiro e mestre-de-obras Antônio Coelho da Fonseca.
Ainda de base retangular, o plano de Santa Efigênia apresenta, entretanto, nítida evolução sobre os planos de outras igrejas do período, na obtenção de formas mais elegantes e funcionais.
O espaço da capela-mor é alongado, seus corredores estreitados e os da nave totalmente suprimidos, resultando na projeção lateral das torres destacadas do volume retangular externo. O piso é de tabuas.
A utilização da pedra transforma, sobretudo o aspecto da fachada principal, cujas torres figuram em posição de ligeiro recuo com relação ao frontispício, tendo os ângulos de junção arredondados e coroamentos em forma de bulbo. Outra novidade é a decoração da portada com um nicho abrigando a estátua de Nossa Senhora do Rosário, encimado por um óculo.
As pedras utilizadas eram a pedra-sabão e a canga. A argamassa era o barro. As pedras eram de tamanho variável, até 40 cm na maior dimensão ou mais, e acabamento irregular, sem qualquer trabalho de aparelhagem. Pedras menores eram colocadas para calçar as maiores.
Planta da Igreja
Restauração

Santuário castigado pela falta de recursos. Os fios elétricos estão expostos, e o forro da sacristia construído em 1735, está tomado por cupins. Em 2008, a igreja foi fechada para obras, que tiveram investimento de R$ 1,3 milhão. O altar e a área destinada aos fieis ficaram prontos, mas em dezembro de 2009 a reforma foi interrompida por falta de verbas e a igreja continuou de portas fechadas.





Altares Laterais


 




Tombamento: Processo nº 75-T, Inscrição nº 241, Livro Belas-Artes, fls. 42. Data: 08.IX 1939.



Igreja São Francisco de Assis. Ouro Preto.

Estilo: Terceira fase do barroco.

Histórico


Exemplo da riqueza econômica e cultural vivenciada por Ouro Preto no século XVIII, a Igreja de São Francisco de Assis começou a ser construída em 1766, quando a vila vivia o ápice da exploração do ouro. Financiada pela Ordem Terceira de São Francisco de Assis, organização que reunia parte da população branca da vila, a igreja pertence à freguesia de Antônio Dias, uma das duas 'áreas religiosas' que dividem a cidade.Aleijadinho foi contratado para desenhar a planta geral da construção e de sua portada, tribuna do altar-mor e altares laterais. Além disso, são dele as esculturas da portada, dos púlpitos, do retábulo e da capela-mor.



Descrição

A fachada principal e o corpo da igreja têm forma curvilínea, uma característica nova trazida pelo estilo barroco, pois os templos religiosos até então costumavam ser retangulares. As duas torres arredondadas e lembrando a forma de uma guarita valeram à construção o apelido de "Igreja Militar".
Nem todas as igrejas da terceira fase barroca têm uma fachada tão trabalhada como a da São Francisco de Assis. No alto da porta principal, vê-se uma imagem de Nossa Senhora da Conceição, padroeira dos franciscanos. O medalhão redondo um pouco mais acima retrata São Francisco, de joelhos, recebendo as chagas de Cristo.
O interior tem paredes e teto revestidos de madeira esculpida, atrás do altar tem uma peça de madeira em alto- relevo com acabamento de ouro que mostra a exuberância da arte barroca.

Os altares laterais repletos de anjinhos, flores e espinhos estão presentes em quase todas as igrejas do estilo. Na Igreja podem ser vistos três altares de cada lado da nave, dedicados a santos franciscanos: Santa Isabel da Hungria, Santo Ivo, São Francisco de Assis, São Lúcio e Santa Bona, São Roque e Santa Rosa de Viterbo.
O lavabo em pedra-sabão da sacristia é considerado uma obra ímpar de Aleijadinho. Retrata uma figura humana com olhos vendados representando as qualidades franciscanas: pobreza, fé, obediência e castidade. Mas a sacristia também é famosa pela lenda de que o fantasma de uma mulher com roupas do século XVIII costumava aparecer no local
O teto da igreja é uma obra-prima que levou quase 11 anos para ficar pronta. O artista mostrou a ascensão de uma Nossa Senhora com traços mulatos, envolta numa grande revoada de anjos.

Fachada
Altar lateral

Teto                                                               Lavabo

Técnicas construtivas
Coube à Ordem Terceira da Penitência de São Francisco de Assis a iniciativa da construção da capela de São Francisco, obtendo-se em 1771 a licença régia necessária para a edificação do templo. Antes mesmo, em 1765, foram iniciadas as obras de terraplanagem e em 27 de dezembro de 1766 foi arrematada a obra de alvenaria pelo mestre pedreiro Domingos Moreira de Oliveira, obedecendo ao risco de Antônio Francisco Lisboa.
As indicações sobre as técnicas e materiais que seriam empregados na construção, foram minuciosamente detalhados no ato de arrematação. Como de costume no período, sua construção iniciou-se pela capela-mor. A abóbada foi construída entre 1772 e 1774, época em que foi também realizada sua ornamentação em talha e estuque, sob a direção de Aleijadinho. No mesmo período o artista concluiu os púlpitos em pedra-sabão inseridos no arco-cruzeiro. O retábulo do altar-mor, em função do qual foi organizada toda a decoração da capela, só seria executado entre 1790 e 1794. Concluída a capela-mor, os administradores da obra optaram em seguida pela execução do frontispício, cuja portada, arrematada em 1744, teve seu risco executado por Aleijadinho.
Em 1787, as torres sofreram um acréscimo e no ano seguinte foram feitos os telhados do templo. Em 1794, Domingos Moreira de Oliveira conclui a obra de alvenaria. Entretanto, quase toda a parte de douramento e pintura, assim como a execução da talha dos altares da nave ainda estava por fazer. O Manuel da Costa Athay de coube a pintura e douramento da capela-mor, a pintura do forro da nave e dos painéis a óleo da nave e capela-mor, as quais se realizaram entre 1801 e 1812. A construção dos altares da nave, também projetados por Aleijadinho, se estendeu de 1829 a 1890.oi construído entre 1831 e 1838 por Manuel Fernandes da Costa e José Ribeiro de Carvalho. 
A singularidade da planta reside na supressão dos corredores da nave e maior integração dos corredores da capela-mor ao conjunto, como também na posição das torres, que se fecham para trás no corpo da igreja, projetando o frontispício.
O arco-cruzeiro assume função monumental, constituindo-se no ponto de junção do edifício. Nele foram incorporados os púlpitos de pedra, enquadrados por duas pilastras com arquitraves altas e de perfil, dispostas obliquamente. Assim, os arcos, o altar, os púlpitos, formam uma composição. Esses púlpitos constituem as primeiras obras documentadas de Aleijadinho enquanto escultor de baixos-relevos em pedra-sabão, servindo de base aos estudiosos para o estudo das características de seu estilo.


Portada                                                                                                                       Capela mor e altares laterais

Cemitério da ordem 
Torres
                                     
Arco do cruzeiro 
Óculo

Planta

Restauração
Foi concluída no fim de setembro uma restauração de diversos setores da construção. O altar-mor, ameaçado por infiltrações, teve suas pinturas e ornamentos reafixados. "As peças estavam se desprendendo". 
A outra etapa da restauração concentrou-se nos seis altares laterais da igreja, que tiveram a sujeira retirada da madeira por solventes especiais e recuperaram suas cores originais. Parte do assoalho apodrecido foi trocado por peças feitas a partir das técnicas originais, enquanto o restante do piso continua aguardando uma reforma. Além disso, foram colocadas novas fechaduras, trincos, filtros solares nas janelas, alarme contra incêndio e sistema de som.

Os trabalhos, organizados pela FAOP (Fundação de Arte de Ouro Preto), demoraram um ano e meio e custaram R$ 50 mil, verba cedida pela Alcan. As atenções agora devem se voltar para a parte externa da igreja, já que há um desgaste das pedras que compõem o pátio e a fachada merece uma nova pintura.
Casa dos Contos. Ouro Preto.

Estilo: Barroco
Histórico
Construída por João Rodrigues de Macedo, cobrador dos impostos da Capitania de Minas, foi originalmente, em 1784, século XVIII, sua residência e local para administração de seus negócios. Serviu para diversos fins, inclusive de cárcere para os inconfidentes, dentre eles Álvares Maciel, Luiz Vieira da Silva, Padre Rolim e Cláudio Manuel da Costa, que lá morreu.
Foi completamente restaurada em 1984 e contém em seu interior exposições documentais da Casa da Moeda do Brasil e do Banco Central do Brasil e outras mostras culturais que, junto ao mobiliário e arquitetura, compõem o Museu.


Missão: Preservar a memória econômico-fiscal do Ciclo do Ouro, a arquitetura barroca e promover as artes e a cultura nacional.


Descrição

É uma das mais elegantes e requintadas edificações civis, com cunhais, cimalhas e guarnições de vãos em apuradíssima cantaria.
Andar térreo localizou os escritórios e senzalas.
Andar principal foi o alojamento da família e um mirante que fotografa grande parte da atual Ouro Preto.
Dentre os elementos que logo nos fere a curiosidade, destacamos a molduração sóbria da fachada, a porta, a famosa escada nobre de dois lances, sob cujo patamar ter-se-ia, segundo alguns, suicidado Manoel da Costa. Não menos nos interessa alguns espelhos de fechadura, a varanda de madeira e o pátio “pé-de-moleque” com seu bebedouro. Dignos de nota têm ainda os dois fornos: o de padaria e o de fundição de ouro, cuja chaminé é de belo efeito.




Técnicas construtivas
Alvenaria de pedra.
Estrutura: pilares e vigas de madeira, fundação em pedra.
Piso pé-de-moleque e madeira.
Telhas cerâmicas.
Escadaria feita de pedra.

Planta


EscadaPilares, fundação, vigas.
Piso pé-de-moleque
Estrutura de pedra
Piso de madeira
Telhado colonial

Intervenções
O edifício, construído para moradia, sofreu, nesses 200 anos de sua existência, diversas intervenções, a começar pelos acréscimos havidos por volta de 1821 e 1844. No século XX, em 1928, a área correspondente ao mirante desaba, acarretando, em consequência, a necessidade de sua reconstrução com a implantação, já naquela época, de estrutura de concreto armado caracterizada por duas vigas de sustentação, instaladas sob as janelas da água furtada que dão para os fundos do prédio e na mesma posição na parede oposta, permanecendo o arco da varanda como um falso arco estrutural.
O desabamento, de grandes proporções, e sua reconstrução indica ter havido, então, substanciais modificações naquele local do prédio. Outra intervenção ocorre por volta de 1947, atingindo, dessa feita, também a varanda interna, oportunidade em que teria ocorrido a "poda" do beiral do telhado naquela área.
Durante o tempo em que abrigou os Correios e a Caixa, várias alterações físicas se processaram internamente, mediante a transformação, entre outras, de uma ala de cômodo em salão contínuo (segundo pavimento, lado esquerdo); adaptações de banheiros em sala frontal, também no segundo pavimento, e só erguimento de paredes e pilastras divisórias no salão térreo que, anteriormente, já tivera demolidas suas paredes divisórias originais.
A saída dos Correios e a ocupação do prédio pela Prefeitura Municipal, em 1970, levam a novas obras e adaptações, sem se fazer, contudo, a execução de trabalhos estruturais. Pouco antes do final de 1973, ainda em adaptações para a Prefeitura Municipal, descobre-se, na sala nobre da Casa, sob teto falso rebaixado, um forro original com pinturas da época da construção da residência, com belíssimas pinturas de grande valor artístico e histórico, então atribuídas a Manuel da Costa Ataíde.
O forro foi descoberto como decorrência da necessidade da passagem de fiações elétricas através do tabuado do teto daquela sala, para a qual se adaptavam outras duas saletas laterais. Com a abertura da sua parte superior, verificou-se a existência de outro forro falso. O arquiteto e historiador Ivo Porto de Menezes, avisado, procedeu à exposição de todo o painel ali escondido, com a remoção do forro falso.
Posteriormente, em fins de 1973, o Ministério da Fazenda retoma o prédio e lhe devolve suas possíveis e então imagináveis características físicas originais, por meio da remoção de acréscimos recentes e de outras intervenções que descaracterizavam sensivelmente a edificação. O exíguo período de tempo necessário à instalação do Centro de Estudos do Ciclo do Ouro certamente contribuiu para que várias das descobertas agora efetuadas passassem despercebidas na época. Esses trabalhos não atingiram a parte estrutural do monumento, talvez porque se tenha partido do pressuposto de que, com tantas intervenções recentes, a estrutura do imóvel se encontraria em bom estado, condição que até há pouco tempo se apresentava como verdadeira.
Em 1978, em vista da enorme quantidade de telhas quebradas – anteriormente haviam sido emboçadas na totalidade, o que resultou na quebra de grande quantidade delas, devido ao impedimento de movimentação natural – e do consequente resultado de goteiras generalizadas, empreendeu-se a substituição da maior parte das telhas por outras novas, de acordo com o modelo aceito e até hoje recomendado pela Secretaria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Sphan) sendo as mesmas submetidas a um processo, indicado por aquele órgão, para seu escurecimento e integração paisagística.
Resolvido o problema crucial das infiltrações, nos últimos dois anos a edificação passou a apresentar diversos sintomas degenerativos crescentes e acentuados, tais como insuficiência nas instalações elétricas,vazamentos e entupimentos nas partes embutidas das redes hidráulica e sanitária, abatimentos de paredes e pisos, perigo de desabamento da varanda interna pela sua exposição permanente a intempéries e a presença constatada de fungos e insetos xilófagos na estrutura madeireira.
Tornou-se, então, necessária a substituição de parte do ripamento, já completamente danificado por ataques de insetos xilófagos e apodrecido. Na obra de restauração que nos ocupa, comprovou-se, a partir de estudo e análise técnica do Centro Tecnológico de Minas Gerais (Cetec), que a ação nefasta de tais pragas – principalmente na estrutura do imóvel, de difícil visualização e acesso – ocorria há mais de 25 anos (ou seja, desde a década de 1950), de forma generalizada, associada a processos destrutivos causados por fungos.

Restauração
Os calços das vigas eram, via de regra, originados de madeiras com baixa resistência a predadores, o que pode ter sido responsável, em parte, pelo fácil acesso dos predadores a essas peças, de onde, depois de estabelecidos, expandiram-se para as partes das vigas mais suscetíveis à deterioração.
O primeiro e segundo pavimentos apresentaram problemas semelhantes no que tange à preservação das estruturas de sustentação de tetos e assoalhos.
A sala nobre constituiu um caso especial, dado que a pintura a têmpera precisaria ser preservada, e algumas peças de madeira que a compunham mostravam-se estragadas, sobretudo nas bordas, ou desajustadas no mosaico de composição da pintura.
 A delicadeza do teto, sua proximidade com o telhado e a necessidade de preservação de sua pintura foram as principais variáveis responsáveis por um tratamento particular neste caso.
As peças irremovíveis e/ou embutidas em paredes, como pés de esteios e portais, foram expostas e examinadas uma a uma, tendo as sãs recebidas, preventivamente, tratamento imunizante por meio de tubos de soro em toda a sua extensão. Também preventiva e adicionalmente, os barrotes, após a instalação dos pisos, receberam um tratamento imunofungicida contínuo e sistemático, tendo o soro sido aplicado por meio de tubos em toda a sua extensão.
Os arremates dos pisos junto às paredes, como de resto todos os pontos de peças de madeira em contato com alvenarias, foram tratados com argamassas preparadas com fungicidas e preservativos imunizantes, a fim de impedir ou, pelo menos, retardar ao máximo qualquer possível processo de apodrecimento pelo ataque xilofágico.
Em todos os forros foram deixadas "janelas" para inspeções periódicas das estruturas existentes entre forros e pisos.

Teto
Janelas

Sacadas


Santuário do Caraça.Catas Altas

Histórico
O primeiro registro do Caraça aparece somente no ano de 1708. Esse nome foi dado a um trecho da Serra do Espinhaço em um mapa da Província de Minas Gerais. Uma das hipóteses é a de que o nome se deve ao formato da Serra, que se parece com uma enorme “cara” deitada e olhando para cima.
A região ainda era uma sesmaria quando foi comprada pelo Irmão Lourenço de Nossa Senhora em 1770. (Irmão Lourenço era um fidalgo português, de nome D. Carlos Mendonça de Távora, que veio para o Brasil, fugindo das perseguições do Marquês de Pombal, por crime de alta traição.) “Ele logo começou a construir uma casa de hospedagem para romeiros e uma capela barroca, dedicada a Nossa Senhora Mãe dos Homens, devoção mariana tipicamente portuguesa”, afirma o Padre Wilson Belloni, diretor do Santuário do Caraça e da RPPN.
As primeiras edificações foram a Capela, ainda em madeira e inaugurada em 1774, e o "hospício", edifício destinado à hospedagem de religiosos e romeiros. A primeira igreja, seguindo a tradição mineira de demonstrar a fé através da ornamentação, recebeu pintura e douramento, em 1783.
O Conjunto Arquitetônico, composto pela igreja, casa e claustro dos religiosos da Congregação da Missão, catacumbas, ruínas do antigo colégio, museu, biblioteca, pousada e anexos de serviço, foram tombados pelo SPHAN (Serviço de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) em 1955. O Parque Natural é composto por números sítios naturais, grutas, gargantas, córregos, riachos, rios, cachoeiras, matas e bosques e tem Tombamento Paisagístico pelo IEPHA desde 1989.



O conjunto
O conjunto tal como o vemos hoje, foi sendo construído aos poucos. Cada irmão que chegava dava sua contribuição e deixava suas marcas. Tudo começou em 1770, com a construção da Capela Barroca e dos dois blocos laterais, até a sexta janela, pelo Irmão Lourenço.
Não existem muitos dados sobre a capela primitiva. Além de ter sido edificada em 1774, sabe-se também de sua conformação através de um desenho enviado a Portugal, sem data. O certo é que sua graciosidade compunha o acervo colonial do Caraça e seu tamanho não comportava os inúmeros religiosos e alunos residentes.
O conjunto é uma construção de linhas horizontais, construído para convento e, posteriormente adaptado para colégio. O edifício destinado a hospedagem compunha-se de duas alas laterais à capela, com dois pavimentos e seis janelas para cada lado, e escadaria de acesso ao adro, tudo em pedra. No lado esquerdo de quem entra, completa-se o conjunto com claustro, refeitório, cozinha e oficinas. O interior destas edificações era simples e austero, como convinha a uma edificação monástica.



Neogótico x Barroco
Atual igreja neoclássica 
Antiga igreja Barroca Demolida
                                   

Devido ao pequeno número de pessoas que a Ermida do Irmão Lourenço comportava, o contínuo aumento do número de alunos do Colégio e a presença no Caraça do Seminário Maior de Mariana (1854-1882), houve a necessidade de construir uma igreja melhor para atender esse povo. Assim resolveu derrubar a primitiva Ermida e construir um grande templo neogótico. Em 1876, iniciaram a demolição da pequena Ermida e a construção do atual Santuário, que levou sete anos, sendo consagrado no dia 27 de maio de 1883.
Ao contrário do barroco, o apelo religioso do neogótico não é mais ao emocional, mas ao racional, à capacidade intelectiva do ser humano, que pode caminhar ao encontro de Deus. Se, no barroco, os altares das Igrejas davam a impressão de que Deus vinha poderosamente sobre o fiel, na igreja neogótica toda a construção é feita para que o fiel possa alcançar a Deus, buscá-lo a partir de sua inteligência e reflexão. O encontro com Deus se dá agora num mundo aberto, não mais apenas tutelado pela Igreja, mas empurrado pelas ciências e pelos novos conceitos existenciais. Igrejas altas, com ogivas e colunas, demarcam o espaço em que o fiel busca um encontro com o Transcendente, que vive em outro mundo, mas que pode ser encontrado. A claridade e a abertura das Igrejas, com suas janelas, vitrais e rosáceas, demarcam que as Luzes chegaram também para a experiência religiosa e que os novos tempos e os novos ventos devem arejar o conhecimento de Deus e o encontro com o Absoluto.

Interior da igreja 
    Torre da igreja
                                                             
Técnicas construtivas
A construção do templo neogótico, seguia o estilo francês, havendo adaptações com material local.
Mesmo tendo sido feita em estilo arquitetônico francês, a Igreja do Caraça foi construída sem mão-de-obra escrava e toda com material regional: pedra sabão (retirada de perto da Cascatona), mármore (das proximidades de Mariana e Itabirito) e quartzito (da região do Caraça e vizinhanças), unidas com um produto a base de cal, pó de pedra e óleo.
Construiu-se, assim, a primeira igreja neogótica do Brasil: toda ela desenhada, projetada e edificada por um Padre da Missão, na Serra do Caraça.

Vitrais Franceses
Merecem destaque, no interior da Igreja, os vitrais franceses do presbitério.

Pintura por Ataíde
Ainda da antiga Ermida do Irmão Lourenço mantêm-se dois altares barrocos, ricamente pintados, entre 1806 e 1807, pelo Mestre Ataíde, o célebre pintor marianense.


FONTES








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