quarta-feira, 19 de junho de 2013

Ouro Preto, abril de 2013

GRUPO: ANNA LETÍCIA FONSECA, DANIELLE LACERDA, ÉRICA FERRAZ, MARIA LUIZA RODRIGUES, RENATA SALAS

IGREJA DE SANTA EFIGÊNIA


Localização: Bairro de Santa Efigênia, no alto da ladeira do Vira-saia.
Data da construção: 19 Quartel do Século XVIII.
Autor do projeto: *
Proprietário: Arquidiocese de Mariana, administrada pela Irmandade de Nossa Senhora do Rosário.
Tombamento: Processo nº 75-T, Inscrição nº 241, Livro Belas-Artes, fls. 42. Data: 08.IX. 1939.
Finalidade atual: Culto religioso.

Esta Igreja, localizada em uma ladeira de uma parte antiga do velho bairro do Padre Faria, foi construída com ajuda das Irmandades do Rosário, que apadroou os negros escravos. Estes encontravam na Irmandade e na religião uma salvação, uma cura para seus males. Foi um dos meios que os senhores encontraram de acalmar os escravos e dá-los a ilusão de liberdade. Esta era uma das únicas igrejas que os negros podiam frequentar, sendo que para isso deveria ser destinada a raça negra. Brancos, mulatos e mestiços podiam participar das celebrações religiosas e cultos na Igreja de Santa Efigênia, no entanto a abandonavam logo que uma igreja destinada a eles fosse construída.
Grande responsável pela obra da Igreja e homem de influência entre os negros foi Chico Rei, africano que ao chegar em Minas Gerais, capturado por negreiros, tornou-se forro e forrou outros súditos. Logo criou-se uma comunidade de escravos livres, em que tal indivíduo era rei. Encontrou uma mina de ouro riquíssima chamada mina da Encardideira e assim pode investir em obras que favoreciam a população negra no Brasil.
Na frente da Igreja de Santa Efigênia existe uma grande escadaria de pedra com 42 degraus. A edificação está sobre uma grande plataforma, de onde se pode ter uma vista privilegiada da cidade. A fachada é dividida em três partes. A central é avançada com colunas de estilo jônico, apresenta frontão triangular quebrado (característica do barroco), um óculo e uma imagem de Nossa Senhora do Rosário de pedra sabão localizada em um nicho na fachada. Os elementos da parte central da fachada são bastante tumultuados e terminam com um grande frontão com curvas e volutas e uma cruz de pedra. As sineiras, localizadas nas laterais, que compõem a fachada são prismáticas com os cantos arredondados.
Ao adentrar a Igreja encontra-se um tapa-vento entalhado em madeira. A nave é ampla e apresenta quatro altares e retábulos também feitos de madeira. São ricos em detalhes, movimentados, com elementos decorativos que remetem à natureza, colunas torsas e anjos. Estes elementos típicos do barroco visavam exaltar nos altares santos pretos como Santa Efigênia e São Benedito.


CAPELA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO


Localização: Bairro de Antônio Dias ou do Padre Faria.
Data da construção: Início do século XVIII.
Autor do projeto: *
Proprietário: Arquidiocese de Mariana.
Finalidade atual: Culto religioso.

Engastada em pequena elevação dentro de um grande vale, a situação dessa capela valoriza a sua elegante simplicidade. Formando um primeiro plano com o acesso ao pequeno adro, uma grande cruz papal ou pontificial, de três braços, esculpida em arenito e com a data 1756 gravada; ergue-se ao lado dos degraus rústicos. O frontispício é liso e simples, dentro do esquema usual das capelas mineiras: portada e duas janelas laterais rasgadas, com balaustradas. Não se conhece explicação para a origem da cruz papal nesta capela. Há ainda externamente uma pequena torre sineira, e um sino de bronze, com a imagem de Nossa Senhora do Rosário e a data 1750; essa torre é coberta com telhado em pirâmide galbada. Voltando à capela, é construída em alvenaria de pedra, com elementos de cantaria, como a portada, encimada por cimalha rica e com porta almofadada; as duas janelas enquadradas de cantaria, com pequena cimalha, óculo circular na empena e cunhais de cantaria com coruchéus. A cobertura é em telhado de duas águas e no vértice da empena, há uma cruz de pedra sobre pequena base. O interior apresenta dois esplêndidos altares e retábulos dourados, de estilo Dom João V, na nave, cujo teto é decorado com uma pintura representando a coroação da Virgem, cercada pelos anjos e nos quatro painéis da parede cenas da vida de Maria. Diogo de Vasconcellos, no seu estilo florido, nos descreveu em 1911 a capela-mor: "Não é mentira dizer que o altar-mor desta capela, é a jóia mais rica da cidade, para não me levarem em conta do exagerado, compará-lo a uma chapa de ouro aberta por anjos em maravilhas de talha". (Diogo de Vasconcellos. A Arte em Ouro Preto, Edições da Academia Mineira, 1934). O autor continua, dando uma longa e entusiástica descrição da capela, e também propondo uma explicação para a cruz pontifícial externa. O papa que reinava no momento era Pio VI, que concedeu através de três bulas, privilégios e graças especiais à capela, o que faz crer que o cruzeiro tenha sido erguido para comemorar essa grande distinção. A peça, aliás, é de uma execução perfeita: da base ao topo da haste principal mede 8,52m de altura, e todos os trabalhos de talha e encaixes são impecáveis. Há mais de dois séculos lá se mantém até hoje.

IGREJA DE NOSSA SENHORA DO PILAR


















Localização: Praça Monsenhor Castilho Barbosa
Data da construção: 1731
Autor do projeto: Sargento-mor Engenheiro Pedro Gomes Chaves
Proprietário: Arquidiocese de Mariana
Finalidade atual: Culto religioso

A construção da Igreja de Nossa Senhora do Pilar, Matriz do bairro de Ouro Preto, foi iniciativa de duas Irmandades associadas: a do Santíssimo Sacramento e a de Nossa Senhora do Pilar, fundadas no mesmo ano de 1729.
É localizada na Praça Monsenhor Castilho Barbosa, foi erguida em torno de capela dos primeiros anos do século XVIII, e inaugurada em 1733, quando ainda não estava concluída.
Igreja matriz de nossa Senhora do Pilar apresenta características internas predominantemente joaninas devido ao período de execução dos trabalhos de talha e da utilização de mão de obra especializada essencialmente portuguesa no que diz respeito aos arrematantes, mestres de obra e entalhadores. O período joanino é o mais carregado e esplendoroso momento do ciclo barroco-rococó em Minas Gerais. A arte que se produziu nesse momento é tão inebriada, ostensiva e representativa em aspectos religiosos e políticos.
Quanto aos aspectos técnicos, a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar apresenta estrutura arquitetônica caracterizada pela justaposição de duas formas quadrangulares: a primeira correspondente à nave ou corpo da igreja; a segunda à capela-mor e sacristia (com consistório no segundo pavimento), cujo acesso é feito por corredores laterais encimados pelas tribunas da capela mor.
Abriga hoje o museu de Arte Sacra de Ouro Preto, que reúne imagens, documentos e algumas das vestimentas usadas na celebração do Santíssimo Sacramento.
O tombamento pelo IPHAN aconteceu em 1939. O instituto realizou trabalhos de douramento e pintura entre 1952 e 1965.
No dia 1º de Dezembro de 2012, em solene cerimônia, a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar foi elevada à condição de Basílica Menor.

 




IGREJA DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS











Localização: Bairro de Antônio Dias
Data da construção: 1766
Autor do projeto: Antônio Francisco Lisboa o Aleijadinho
Proprietário: Arquidiocese de Mariana
Finalidade atual: Culto religioso

Exemplo da riqueza econômica e cultural vivenciada por Ouro Preto no século XVIII, a Igreja de São Francisco de Assis começou a ser construída em 1766, quando a vila vivia o ápice da exploração do ouro, construída em estilo rococó, que constitui uma etapa posterior, na evolução do barroco mineiro.
Financiada pela Ordem Terceira de São Francisco de Assis, organização que reunia parte da população branca da vila, a igreja pertence à freguesia de Antônio Dias, uma das duas 'áreas religiosas' que dividem a cidade (a outra é a do Pilar).
A obra é uma sequência integrada de três volumes:
·        Nave - O forro da nave, em forma de gamela, é totalmente coberto pela pintura de        Ataíde, que representa a assunção de Nossa Senhora da Conceição
·        Capela-mor e sacristia - de proporções harmônicas e ornamentação sóbria.
Decoração, com anjos, elementos vegetais, fitas, guirlandas e entrelaçados em madeira e pedra-sabão. Torres cilíndricas, recuadas - são deslocadas do plano da fachada a partir de uma espécie de movimento em rotação.  As portadas, púlpitos e lavatórios da Igreja de São Francisco de Assis são consideradas obras maiores da escultura em pedra sabão.
O forro da igreja, uma impressionante pintura de Manuel da Costa Ataíde, cria um jogo com as colunas e parapeitos que o cercam, criando uma ilusão de ótica no espectador.
Sua arquitetura não se limita à cópia de estilos europeus, mas se destaca pela singularidade artística.

        


MATRIZ NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO DE ANTÔNIO DIAS


















Localização: Freguesia de Antônio Dias.
Data da construção: 1727.
Autor do projeto: Manuel Francisco Lisboa.
Proprietário: Arquidiocese de Mariana.
Tombamento: Processo nº 75-T, Inscrição nº 247, Livro Belas-Artes, fls. 43. Data: 08.IX.1939.
Finalidade atual: Culto religioso.

A igreja matriz de N. S. da Conceição de Antônio Dias, como todas as sedes paroquiais de Minas do período colonial, construiu-se com o esforço comunitário dos fiéis organizados em confrarias. Esta grande igreja é uma das mais importantes de Ouro Preto, não só pelas suas proporções, como pela sua qualidade arquitetônica, que inclui a esplêndida ornamentação interior.
Construída na primeira metade do século XVIII, a igreja é uma das mais antigas da cidade. Apresenta, portanto, algumas características da arquitetura primitiva de igreja mineira: proporções pesadas, formas duras, fechadas, ângulos retos, separação bem marcada entre as figuras geométricas das torres, do pórtico, da nave, e da capela-mor.
Por ter sido executada anteriormente a 1760, a matriz de Antônio Dias apresenta decoração interna em que a talha é extremamente rica, correspondendo à época de Dom João V, em pleno apogeu do barroco. A talha da capela-mor, contudo, é mais recente, constatando-se a influência do Rococó.
O longo bloco da construção, que ocupa uma área de cerca de 55,00 x 20,00m, divide-se em dois corpos: o da nave e o da capela-mor, corredores, sacristia, consistório. O primeiro é mais alto, e ambos cobertos por telhados de duas águas.
Em meados do século XIX a igreja teve sua fachada modificada, se assemelhando muito à da fachada neoclássica da Capela de N. Senhora do Carmo de Ouro Preto.
Em 1868, o telhado ameaçava despencar, o que causou   a   interdição   do   templo.   As   reformas, realizadas entre 1869 e 1875, incluíram a substituição das paredes, que eram de taipa, por paredes de pedra do Itacolomi.
A partir de meados de 1980 o IEPHA-MG, realizou um trabalho considerável de conservação interessando diversas partes da obra, como telhado, forros, pisos, pintura, rede elétrica, rede hidráulica, inclusive chafarizes, entre outros serviços.
Entre outras glórias da Matriz de Antônio Dias está o fato de ter nascido, vivido, trabalhado e morrido na paróquia de Antônio Dias, o maior artista do Brasil: Antônio Francisco Lisboa. Tanto ele como seu pai, o arquiteto da Matriz, estão enterrados na velha e ilustre igreja de Nossa Senhora da Conceição de Antônio Dias. Algumas de suas obras e peças estão expostas no Museu Aleijadinho, instalado nas dependências do Santuário.


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